A comercialização da safra 2024/25 de soja enfrenta desafios significativos tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, com ambos os países registrando atrasos nas vendas em meio a um cenário de queda contínua nos preços da commodity. Nesta sexta-feira (16), os preços na Bolsa de Chicago completaram sua décima semana consecutiva de baixa, agravando a situação dos produtores que já lidam com margens apertadas.
Nos Estados Unidos, as vendas da nova temporada atingem cerca de 40%, um índice abaixo do ideal, que seria superior a 50% neste período de formação das lavouras. A situação é agravada por prejuízos que chegam a US$ 2,00 por bushel em algumas regiões, o que tem afastado produtores de novos negócios enquanto aguardam uma possível recuperação dos preços ou melhoria nos prêmios.
No Brasil, o cenário não é muito diferente, embora o impacto da valorização do dólar tenha oferecido alguma vantagem competitiva. Ainda assim, o país registrou a comercialização de apenas 17% da safra, quando o esperado seria algo em torno de 30%. Essa lentidão nas vendas reflete a menor competitividade em relação aos EUA, que mesmo com preços baixos, continuam vendendo para escoar uma safra que promete ser recorde.
Analistas do mercado destacam que a situação exige atenção, especialmente para os produtores brasileiros, que enfrentam uma “corrida contra o relógio” para conseguir vender a produção antes que os preços caiam ainda mais. A competitividade internacional, somada aos desafios internos, impõe um cenário de incerteza para o setor, que deverá acompanhar de perto as movimentações do mercado global nas próximas semanas.