Investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) da Polícia Civil apontam a existência de um esquema de fraudes envolvendo servidores comissionados do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) e despachantes. As irregularidades incluem a inserção de dados falsos no sistema informatizado do Detran-MS e do Departamento Nacional de Trânsito para liberar veículos em situações irregulares ou ilegais.
A operação do Dracco resultou na prisão do despachante David Cloky Hoffmam Chita e na execução de mandados de busca e apreensão contra os despachantes Hudson Romero Sanches e Edilson Cunha Nogueira. A servidora pública Yasmim Osório Cabral também foi alvo de mandado de busca e apreensão e, posteriormente, afastada do cargo. As investigações indicam que David e Yasmim mantinham um relacionamento íntimo, o que facilitava o uso de terminais do Detran para realizar baixas irregulares no sistema.
Em outro esquema identificado pela Polícia Federal, iniciado em 2022, há suspeitas de adulteração de pelo menos 75 veículos por servidores do Detran-MS. A investigação, iniciada a partir de uma denúncia anônima encaminhada pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), revelou irregularidades na emissão de Certificados de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV). A denúncia resultou na exoneração do servidor Leandro dos Santos Fachin, acusado de inserir dados falsos no sistema público.
O inquérito também menciona o envolvimento de outros servidores, incluindo Ricardo Vinícius Nascimento Valente, que alegou ter sua senha utilizada por terceiros para inserção de dados falsos. Outros nomes citados nas investigações incluem Talita Madelina Barbosa e Éder Ferreira Xavier, que também teriam participado do esquema de fraudes.
A continuidade das investigações é necessária para apurar todos os detalhes e responsabilidades, destacando a importância de medidas rigorosas para combater a corrupção e garantir a integridade dos serviços públicos.