O Pantanal enfrenta novamente uma onda de incêndios devastadores. Dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ) revelam que até maio de 2024, 332 mil hectares do bioma foram destruídos pelo fogo, superando em 39% a área queimada no mesmo período de 2020, o pior ano da série histórica.
Desde janeiro, uma área equivalente ao dobro da cidade de São Paulo foi consumida pelas chamas. Nos últimos dez dias, o fogo destruiu uma extensão comparável a 59 mil campos de futebol. O tenente-coronel Fábio Pereira de Lima, do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, relata que aviões estão sendo usados para lançar água sobre os incêndios, mas o acesso às áreas afetadas é dificultado pela vegetação densa e alagada.
A polícia investiga as causas dos incêndios, com a hipótese de ação criminosa sendo a mais provável. Além do fogo, a escassez hídrica agrava a situação. A ONG SOS Pantanal emitiu uma nota técnica alertando para a grave seca na região hidrográfica do Rio Paraguai, colocando em risco quem depende dos recursos hídricos.
Em Corumbá, a seca de mais de 50 dias, somada aos incêndios, resultou em uma densa fumaça sobre a cidade, levando à evacuação de crianças de uma escola ribeirinha e à suspensão das aulas por 10 dias. A ONG solicita a declaração de escassez hídrica até 31 de outubro de 2024, para permitir ações emergenciais e uma gestão eficiente dos recursos.
Fonte: G1 MS