Você já deve ter ouvido a frase “Pessoas feridas ferem pessoas, pessoas curadas, curam pessoas”, quando somos feridos ela faz um enorme sentido, mas torna-se complexa quando precisamos aceitar que também ferimos pessoas. O nível de maturidade para conhecer a si mesmo, sair do vitimismo e ter consciência de que TODOS carregamos feridas, exige coragem para olhar-se no espelho e ver nosso lado mais escuro.
Esse histórico de emoções, alocadas no nosso inconsciente, tem origem na nossa infância, quando ao viver em nossa pura essência, recebemos as devidas correções no processo normal de crescimento e as regras de convívio da sociedade. Parece besteira, mas a mentalidade de uma criança recebe essas correções de uma maneira diferente, com um peso maior e é por isso que muito do comportamento que temos hoje é referente a esse processo natural de desenvolvimento.
Ao crescermos vamos nos moldando para não passarmos mais pelas mesmas situações que causaram essas feridas e apesar de parecermos muito bem resolvidos, tudo isso pode ser apenas uma máscara que usamos para nos defender de medos que nunca tivemos coragem de acessar. Mas perceba, com um pouco de inteligência podemos observar e refletir sobre nossas atitudes ao longo do dia, identifique que muitos das suas reações são irracionais (95%), ou seja, você tem um comportamento para responder em cada situação (palavras, gestos) automaticamente, algumas atitudes são mais controladas, outras não. Podemos citar exemplos, como a presença de certas pessoas que podem te deixar feliz pelo simples modo de ser e outras que te fazem pensar em gastar seu réu primário em cada gesto delas, situações que despertam várias emoções: medo, raiva, alegria, angustia e dor. Já se questionou porque todas essas emoções se manifestam em você? Quais são os gatilhos que nos provocam crises de ansiedade e dores no peito?
A criança ferida que existe dentro de nós, nada mais é que nosso inconsciente, guardando ocultamente tudo o que somos, sem a máscara que criamos para facilitar nossa realidade. Não acessar essa identidade, impede o avanço de determinadas áreas em nossas vidas, desconhecendo muitas vezes nossos maiores potenciais, até mesmo impedindo de nos relacionarmos, por exemplo, o fato de assumir grandes responsabilidades quando crianças, como cuidar de irmãos para os pais trabalharem, fez a criança sentir-se injustiçada por não aproveitar devidamente a infância, então inconscientemente criou a máscara de uma pessoa rígida, sempre tenta ser a mais perfeita possível, precisa sempre ter as melhores notas, quer ser o primeiro lugar em tudo, se cobra demais e exige perfeccionismo das pessoas, compreende? Tudo isso só descobrimos avaliando nossa conduta.
A busca por autoconhecimento é única forma de termos um convívio em sociedade com respeito, empatia e cultivarmos bons relacionamentos. Freud, pai da Psicanálise, defende que o caminho na busca pela verdadeira felicidade é olhar para dentro, conhecer a si mesmo, avaliar seu Eu e amadurecer nesse processo que é contínuo. Não existe outra forma de felicidade genuína, a sociedade contemporânea optou por essa Cultura Utilitarista, que pensando sempre no “bem estar” facilita através de redes sociais, alimentos, bebidas, remédios, alegrias momentâneas que viciam, provocando o consumismo desenfreado e adoecendo pessoas, que nunca estão satisfeitas.
Gerar conexões saudáveis, sejam elas amizades, sociedades ou relacionamentos, exige posicionamento, decisões diárias de optar pelo caminho mais difícil, lealdade aos seus valores e princípios. É preciso se conhecer muito para ter essa postura, compromisso para ser diferente e muita coragem para fazer a diferença.
O seu maior inimigo sempre será você mesmo, a resistência à mudança, sempre que desejar subir de patamar, se aperfeiçoar em algo, onde seu nível de consciência seja elevado, enfrentara seu ego e seus medos. O cérebro sempre irá optar pela rotina fácil, sem stress, onde não há gasto de energia, por isso trabalhar a mente é um compromisso, enfrentar a dor, o incomodo, é EVOLUIR. Existem várias formas de buscar autoconhecimento, seja mentoria, terapia, livros, meditação, espiritualidade, o importante é termos consciência que essa busca deve se tornar um hábito para o melhor convívio entre as pessoas.
Não é possível termos liberdade, quando estamos limitados a crenças que nos impedem de viver bem. A verdadeira felicidade, é o amadurecimento, a satisfação de viver um dia de cada vez, conectados com uma força maior, um constante processo de aprendizado. Ter paz é conhecer tanto a si mesmo, que permite impor limites, mas também olhar para o outro com compaixão. Pessoas curadas saem do papel de vítimas e assumem a responsabilidade por sua evolução, pessoas curadas sempre curam pessoas.
por FRANCIELI FLORES
FTL Mentoria Comportamental
@ftlmentoria