A Operação Ultima Ratio, deflagrada pela Polícia Federal e Receita Federal, resultou na apreensão de R$ 2,7 milhões em reais e dólares, além de um arsenal de armas, na casa de um desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). A operação, realizada nesta terça-feira (22), investiga a suposta venda de sentenças judiciais para beneficiar escritórios de advocacia com conexões familiares com magistrados.
Entre os itens apreendidos durante o cumprimento dos mandados estavam maços de dinheiro e várias armas, incluindo revólveres e espingardas. Parte do dinheiro foi encontrado no console de um veículo. A identidade do proprietário dos valores e das armas ainda não foi confirmada pelas autoridades.
A investigação faz parte de um desdobramento da Operação Mineração de Ouro, que revelou, em etapas anteriores, desvios de recursos públicos por meio de fraudes em licitações de obras no Mato Grosso do Sul. Agora, a investigação se concentra em irregularidades nos processos judiciais, envolvendo o favorecimento de advogados por magistrados do TJMS.
Cinco desembargadores em atividade foram afastados de seus cargos por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ): Marcos José de Brito Rodrigues, Vladimir Abreu, Sérgio Fernandes Martins, Sideni Soncini Pimentel e Alexandre Aguiar Bastos. Além disso, dois desembargadores aposentados também estão sendo investigados: Júlio Roberto Siqueira e Divoncir Schreiner Maran.
As investigações indicam que os desembargadores já haviam mantido relações profissionais com os advogados beneficiados pelas sentenças, reforçando as suspeitas de conluio nos processos.
Foto: Polícia Federal