A Secretaria Estadual de Saúde (SES) anunciou a confirmação do primeiro caso de febre do Oropouche com transmissão local em Mato Grosso do Sul. O caso foi detectado em um homem de 52 anos, residente em Itaporã, que apresentou sintomas como cefaleia e mialgia em abril deste ano.
Após a apresentação dos sintomas, uma amostra de sangue foi coletada no dia 5 de abril e enviada ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Inicialmente, os testes deram negativo para dengue, zika e chikungunya. No entanto, em 21 de julho, a amostra foi reavaliada com uma nova estratégia de detecção, confirmando a presença do vírus Oropouche.
A gerente técnica estadual de Doenças Endêmicas da SES, Jéssica Klener Lemos dos Santos, informou que uma série de ações de vigilância foi iniciada após a confirmação do primeiro caso importado em junho. Essas medidas incluem a sistematização das informações de casos suspeitos e confirmados, coleta de amostras para testagem e fortalecimento da vigilância epidemiológica.
A investigação detalhada concluiu que o caso foi autóctone, ou seja, a infecção teve origem no próprio local de residência do paciente, sem evidências de exposição externa.
Até agora, das 818 amostras testadas pelo Lacen, apenas duas resultaram positivas para a febre do Oropouche. Jéssica destacou que não há motivo para pânico, pois a confirmação do caso é resultado das medidas de vigilância implantadas pelo Estado.
Além do caso em Itaporã, a SES já havia confirmado anteriormente um caso de febre do Oropouche em uma mulher de 42 anos, residente em Campo Grande. Esse caso, porém, foi classificado como importado, já que a paciente contraiu o vírus na cidade de Ilhéus, na Bahia, durante férias no início de junho.
Os sintomas da febre do Oropouche são semelhantes aos da dengue e chikungunya, incluindo dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia. Não existe um tratamento específico para a doença, sendo recomendado repouso e tratamento sintomático.
De acordo com o Ministério da Saúde, a incidência de casos de febre do Oropouche tem aumentado no Brasil. Neste ano, foram confirmados 6.207 casos, em comparação aos 835 registrados em 2023. A maioria dos casos ocorre na região Norte, com exceção do Tocantins. Nos estados da região extra-amazônica, cinco já registraram casos autóctones: Piauí, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Até o momento, o Brasil não registrou nenhuma morte pela doença.