O governo do Rio Grande do Sul inaugurou nesta quinta-feira (4) o Centro Humanitário de Acolhimento (CHA) Recomeço, em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre. Este é o primeiro espaço destinado às vítimas das enchentes no estado, localizado no pátio da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) da Petrobras.
O CHA começou a receber moradores, principalmente de Canoas, um dos municípios mais afetados pelas cheias. A capacidade máxima de 630 pessoas deve ser alcançada até o dia 15, com prioridade para idosos, gestantes, pessoas com deficiência e pessoas com transtorno do espectro autista.
Com uma área de 30 mil metros quadrados, o CHA conta com 126 casas modulares, cada uma com 17 m², capazes de abrigar até cinco pessoas. As casas seguem o padrão da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados, similar aos alojamentos em Roraima durante a crise de imigração venezuelana. A gestão do espaço é feita pela Agência da ONU para as Migrações (OIM).
O espaço inclui um refeitório coletivo, 28 contêineres com banheiros, lavanderia equipada, berçário, fraldário, cadeiras de amamentação, e consultórios médicos. A segurança é garantida pela Brigada Militar do RS e pela Secretaria de Segurança Pública de Canoas.
A iniciativa, coordenada pelo vice-governador Gabriel de Souza, faz parte do Plano Rio Grande, um conjunto de ações para mitigar os danos causados pelas chuvas. As casas modulares foram doadas pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e montadas com auxílio do Exército.
O governador Eduardo Leite destacou que, apesar de não ser o cenário ideal, o centro humanitário é um passo importante para reduzir o número de desabrigados no estado, atualmente cerca de 6.000 pessoas. Outros quatro CHAs serão instalados em Porto Alegre e Canoas, com previsão de acolher cerca de 3.700 pessoas.