Nesta quinta-feira (24), cinco desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) foram afastados de suas funções por suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção e venda de sentenças. A operação “Ultima Ratio”, coordenada pela Polícia Federal com o apoio da Receita Federal, levou ao cumprimento de 44 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares contra os magistrados.
Sérgio Fernandes Martins, presidente do TJMS desde 2023, foi afastado de suas funções. Ele ingressou no tribunal por meio do Quinto Constitucional em 2007 e tem formação em Ciências Jurídicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Martins é apontado como um dos líderes do esquema que beneficiava empresários por meio da venda de sentenças.
Sideni Soncini Pimentel, que havia sido eleito presidente do TJMS para o biênio 2025-2027, também foi afastado. Juiz de carreira desde 1988, ele foi promovido a desembargador por antiguidade em 2008. Pimentel é acusado de colaborar ativamente no esquema de extorsão e lavagem de dinheiro.
Outro investigado é Vladimir Abreu da Silva, que ingressou na magistratura em 1986 e foi promovido a desembargador em 2008. Ele é suspeito de participar de decisões judiciais influenciadas por interesses privados, além de envolvimento com uma rede de advogados e empresários.
Alexandre Aguiar Bastos, que assumiu como desembargador em 2016 pelo Quinto Constitucional, também é um dos alvos da operação. Pós-graduado em Direito Constitucional pela PUC, Bastos foi juiz substituto no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MS) entre 2010 e 2012. Ele é investigado por falsificação de documentos e favorecimento de grupos empresariais.
Marcos José de Brito Rodrigues, juiz de carreira desde 1988 e promovido a desembargador em 2012, completa a lista dos magistrados afastados. Natural de Campo Grande, ele é acusado de facilitar decisões judiciais em troca de benefícios financeiros para empresários.
Os desembargadores agora enfrentam medidas restritivas, como o uso de tornozeleira eletrônica, e estão proibidos de acessar órgãos públicos e de se comunicar com outros investigados.