A Suzano S.A., gigante do setor de celulose, enfrenta uma situação tensa em sua propriedade localizada em Ribas do Rio Pardo, Mato Grosso do Sul. A empresa se prepara para inaugurar sua maior unidade processadora de celulose, o Projeto Cerrado, que será a maior do mundo em capacidade de produção. Entretanto, um acampamento com mais de 60 barracos, instalado por supostos sem-terra, está causando apreensão.
A tentativa de invasão ocorreu em 13 de abril, quando o grupo entrou na Fazenda Passará, pertencente à Suzano. Após negociações, os invasores deixaram a propriedade, mas montaram um acampamento na estrada próxima. A Suzano, visando evitar novas invasões, entrou com uma ação de interdito proibitório na comarca de Ribas do Rio Pardo.
A empresa conseguiu uma liminar que impede o retorno dos acampados ao território da fazenda, onde a Suzano cultiva eucalipto para a produção de celulose. A ação, ajuizada em 4 de junho, identificou apenas o líder do grupo, Sílvio dos Santos Menezes. No entanto, a oficial de Justiça que citou Sílvio no dia 5 de julho relatou que não encontrou ninguém na área, apenas os barracos.
Paralelamente, a Suzano lida com problemas envolvendo seus fornecedores. O início das operações do Projeto Cerrado foi atrasado devido a um suposto calote da terceirizada Enesa, responsável pela central de evaporação da fábrica. A empresa Imetame, inicialmente contratada para outra parte do projeto, assumiu as atividades restantes. Em uma ação judicial, a GD – Fabricação e Montagem de Equipamentos Industriais Ltda. cobra mais de R$ 7 milhões da Enesa, da Andritz Brasil e da Suzano por serviços não pagos.
Além disso, a VBX Transportes está sendo acusada de deixar dívidas significativas com diversos fornecedores. As operações do Projeto Cerrado devem iniciar até o fim do mês, após a conclusão dos testes operacionais, marcando um importante marco para a Suzano, apesar dos desafios enfrentados.